Por: Catarina Araujo
Tradução: José Paulo Santos
Em 2013 o diretor começou este que parece ser uma composição de imagens autobiográficas em movimento com o filme La Danza de la Realidad, este filme assim como o outro que nos iremos falar aqui são produções low budget (baixo orçamento). Portanto são de uma complexidade e de uma liberdade artística surpreendente, a ponto de desafiar nossas expectativas.
Através de suas autobiografias este artista desconstrói toda uma estética para reconstruir em seguida uma nova. Os dois filmes aqui mencionados são mais diretos e menos violentos; Ou seja, eles carregam menos complexidade e signos do que o filme El Topo por exemplo, que é intelectualmente mais exigente que este dois filmes acima citados. Quer dizer os filmes mais recentes, naturalmente são mais íntimos e sinceros que os anteriores, dentre eles este aqui citado (El topo). Apesar dessa abordagem mais direta e menos simbólica as idéias visuais e visionárias do diretor estão presentes, e continuam vanguardistas.
Falaremos agora da segunda autobiografia do cineasta-cult, Poesia sin fin. Trata-se de um filme quase surrealistico-metafórico, no qual, após transbordar seu aspecto superficial de tragi-comédia surrealista transforma-se em um espaço de terapia poética reveladora no cerne dessa experiência cinematográfica pura, com o estilo inconfundível de Jodorowsky. O telespectador pode trafegar entre o drama absoluto da existência em função do questionamento presente sobre a condição humana, está que faz com quê o poeta seja visto como um paradigma absoluto.
Em poucas palavras, a maneira tal como ele olha e faz do cinema um métier de família nessas duas autobiografias, notamos que ele convoca seus filhos enquanto atores ou fundadores da banda Son (Adan Jodorowsky) este que da tanto poder aos seus magníficos filmes, que sempre fiéis ao seu criador, à sua história e claro, à sua poesia.