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5 Filmes Adaptados de cinco livros obrigatórios

cinebrasil

 

A FLIP encerrou no último dia 3, mas parte dos autores que se apresentaram por lá cairão num ostracismo ou simplesmente permanecerão anônimos ou irrelevantes para os leitores brasileiros. É um ciclo normal dentro do mundo artístico. Isso porque talvez muitos dos escritores pouco aspiram holofotes ou eternização, muito menos a Academia Brasileira de Letras, ou quem sabe pelo fato da indústria cultural ainda explorar a força e a fama dos escritores imortais como Jorge Amado, Graciliano Ramos entre outros.

Em função disso, recomendaremos cinco adaptações literárias de escritores e movimentos que deram grande importância ao Brasil literal, e ajudaram a alimentar o mito que também se fez do Brasil através da literatura.

As adaptações são uma mescla de modernismo como movimento cultural presente na literatura e no cinema. São movimentos importantes que marcaram um período da nossa história e inspiraram muitos artistas no Brasil e fora. Um dos marcos de grande importância da nossa cultura é Cinema Novo comGlauber Rocha, Leon Hisrsman, Anselmo Duarte, Joaquim Pedro Andrade, Nelson Pereira dos Santos. De alguns destes diretores, listarei os filmes – esfinges desse importante movimento, como por exemplo os filmes Deus e o Diabo na Terra do Sol, Terra em Transe, O Pagador de Promessas, Macunaima, entre outros. Um dos mais importantes e que é pauta de nossa publicação é o filme deNelson Pereira dos Santos, Vidas Secas ( adaptado do livro de Graciliano Ramos: 1892 – 1953).

 

Outra adaptação poeticamente relevante é o filme Lavoura Arcaica de Raduan Nassar (1935, vivo). O próprio livro é de grande riqueza em detalhes, pela forma como ele conduz cada personagem, e como são discutidos os valores morais de uma família libaneza que vive no Brasil e que tenta resgatar seu filho e reconduzí-lo aos pricípios da religião seguida pela família firmemente. O filme segue a mesma linha do livro, mas com uma mistura de perfórmance, que fica por conta do ator Celton Mello e da atriz Renata Rizek (que faz papel da irmã e por quem ele apaixona-se). Ambos com suas atuações levam mais imagem e vida às palavras do livro que si só é liricamente imagético.

 

Segue abaixo os filmes e suas descrições:

1.Lavoura Arcaica – Brasil, 2001, direção de Luiz Fernando Carvalho (Drama)

Descrição: André (Selton Mello) é um filho desgarrado, que saiu de casa devido à severa lei paterna e o sufocamento da ternura materna. Pedro, seu irmão mais velho, recebe de sua mãe a missão de trazê-lo de volta ao lar.
Cedendo aos apelos da mãe e de Pedro, André resolve voltar para a casa dos seus pais, mas irá quebrar definitivamente os alicerces da família ao se apaixonar por sua bela irmã Ana.

Fonte: makingoff.org

2. Dona Flor e seus dois Maridos – Basil, 1976, direção de Bruno Barreto(Comédia)

Descrição: Flor (Sônia Braga) é uma recatada professora de culinária casada com Vadinho (José Wilker), um homem divertido e sensual. Apreciador de mulheres, bebidas e jogatina, ele morre em plena festa de Carnaval. Viúva, Flor se casa com o farmacêutico Teodoro (Mauro Mendonça), o oposto do ex-marido: cavalheiro, respeitador e puri-tano. Mas Flor sente saudades do fogo intenso de Vadinho, que retorna ao mundo dos vivos para saciar seus desejos. Dona Flor e Seus Dois Maridos é um dos mais importantes filmes do cinema brasileiro: quente, sensual e divertidíssimo, com grandes atuações do elenco e soberba direção de Bruno Barreto.

Fonte: makingoff.org

3. Vidas Secas – Brasil, 1963, dirigido por Nelson Pereira dos Santos (Drama)

Descrição: Lançado em 1963, o filme é um retrato genial da miséria que assola o povo do sertão nordestino. Além disso, é uma das melhores adaptações já feitas de uma obra literária para o cinema. Grande especialidade de Pereira dos Santos, que além da obra prima de Graciliano Ramos, também adaptou para as telas, entre outros, Memórias do Cárcere, do mesmo autor, Tenda dos Milagres e Jubiabá, de Jorge Amado e O Alienista, de Machado de Assis, que ganhou o título Um Asilo Muito Louco.

Com uma influência marcante do neo-realismo italiano e a autoridade de quem é um dos pais do cinema novo, o advogado que virou cineasta, Nélson Pereira dos Santos, traduz em Vidas Secas o meio ambiente do verdadeiro herói brasileiro, vítima da violência do descaso, da má administração pública e da fome. O romance é de 1938; o filme de 1963… A situação é de 1980, 1990, 2000… quem sabe até quando?

A cadela Baleia é primeiro personagem a surgir na tela, no primeiro grande plano do agreste nordestino. Depois aparecem Fabiano (Átila Iório), Sinhá Vitória (Maria Ribeiro), o fazendeiro (Jofre Soares) e o famigerado soldado amarelo (Orlando Macedo). Fabiano reage o tempo todo ao triste destino de sua família, que tenta em vão procurar uma vida melhor. Uma reação calada, com uma interpretação perfeita de Átila Iório.

Fonte: makingoff.org

4. Macunaima – Brasil, 1969, dirigido por Joaquim Pedro Andrade (Comédia)

Descrição:

No fundo do mato-virgem nasceu Macunaíma, herói de nossa gente. Era preto retinto e filho do medo da noite. Houve um momento em que o silêncio foi tão grande escutando o murmurejo do Uraricoera, que a índia, tapanhumas pariu uma criança feia. Essa criança é que chamaram de Macunaíma.

Já na meninice fez coisas de sarapantar. De primeiro: passou mais de seis anos não falando. Se o incitavam a falar exclamava: “Ai! que preguiça!” … e não dizia mais nada. ~ Mário de Andrade

Fonte: makingoff.org

5.Bonitinha mas Ordinária – Brasil, 1981 – direção de Braz Chediak

Descrição: Uma das maiores versões já feitas para o cinema da obra de um dramaturgo que permanece infilmável (pelo menos enquanto vigorar o moralismo da Central Globo de Produções nas produções audiovisuais brasileiras). Em Bonitinha Mas Ordinária Ou Otto Lara Resende, vemos a história de um rico magnata, Dr. Werneck (Carlos Kroeber) que quer casar sua filha (Lucélia Santos – a mais rodriguiana das atrizes), estuprada no passado por cinco homens negros.
O homem escolhido, Edgard (José Wilker), por sua vez, quer a todo preço conquistar uma vida digna. Seu mote é a frase de Otto Lara Resende: “O mineiro só é solidário no câncer”. Edgard, mineiro, quer a todo custo provar que essa frase não é verdadeira. Mas tudo à sua volta irá contribuir para derrubar sua visão moralista da vida.
Esse filme é simplesmente visceral, duro, cruel, e niilista. Quando não havia Sergio Bianchi nem Cláudio Assis, nós tínhamos Chediak. Ninguém conseguiu adaptar o Nelson assim, nem o (com o perdão do termo) charlatão do Jabor.
O niilismo na sociedade brasileira.

Fonte: makingoff.org

 

 

 

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